Com visibilidade e relevância global, um dos maiores polos cerâmicos do mundo não para de investir na profissionalização de seus processos. Nesse sentido, o registro das propriedades industriais é o tema da vez. Com uma produção cada vez maior e um volume de lançamentos, linhas e coleções que cresce a cada ano, o risco de ter uma criação copiada por outra empresa é uma realidade, risco que tem levado os empresários a registrar os designs de seus produtos.
“Assim como acontece com uma música, um poema, uma tecnologia ou qualquer outra criação intelectual, um revestimento de sucesso é passível de cópia. Daí a importância da patente”, explica Valmir Carnevali, presidente da Savane Cerâmica, ressaltando que a proteção à criação vai muito além de somente resguardar a empresa. “Toda marca no mercado tem um compromisso intrínseco com seus clientes, e essa preocupação deve ir além da qualidade e durabilidade dos produtos, que a meu ver é uma obrigação. Com o registro dos revestimentos, evitamos que o cliente adquira um produto pensando se tratar de outro. E como sabemos, as consequências desse engano podem custar caro, já que as cópias dificilmente passaram por todo o processo de desenvolvimento, testes e análises pelos quais o produto original passa”, detalha Valmir, citando o revestimento Prisma Lux da Savane como exemplo. “O Prisma Lux chamou muita atenção ao vencer o Prêmio Nacional ASPACER de Design em 2017. Por se tratar de um design ímpar, registramos o conceito do produto no Brasil, de modo a proteger os consumidores finais e evitar que tamanha exposição pudesse gerar cópias, o que também prejudica todo o segmento”, diz. “Além disso, é uma forma de reconhecer o esforço, a dedicação e o talento dos designers e todos os envolvidos no desenvolvimento da peça. Motivos não faltam”, afirma.
A profissionalização do setor e a forma como o mercado nacional e internacional enxerga as indústrias nacionais são outros pontos que justificam o registro dos produtos cerâmicos. Para Valmir, por muito tempo a expertise de uma empresa foi medida por seu volume de produção, o que não representa o diferencial mais valioso de qualquer marca: a capacidade de surpreender o mercado com a inovação de seus processos e a qualidade de suas criações. “Se antigamente o poderio de uma empresa era mensurado pelos milhões de metros produzidos mensalmente e até o preço praticado, hoje essa realidade é bastante diferente, e vale mais a capacidade produtiva e a qualidade do que é feito, do que o volume de produção. E isso não somos nós quem dizemos, mas o próprio mercado”, reitera o presidente da Savane Cerâmica, afirmando se tratar, felizmente, de um caminho sem volta.
“Reconhecer o valor do que é bom, belo, inovador e feito para tornar ainda melhores os ambientes e momentos, é uma tendência mundial. Embora nem todos vejam dessa forma, é um fator que beneficia e muito o nosso segmento”.
E Carnevali fala com propriedade sobre o assunto. Nos últimos anos, a Savane Cerâmica tem conquistado prêmios que além de confirmar a tendência do mercado em valorizar o ineditismo das criações, também mostram um profundo amadurecimento do próprio consumidor, que não apenas paga por determinada metragem de pisos para sua casa, mas investe na experiência proporcionada por aquele produto, pelo conceito presente em cada coleção, e pelo design que valoriza seu imóvel.
Valmir explica que essa mudança também é reflexo de ajustes significativos dos processos produtivos, que incluem o registro da propriedade intelectual. “São iniciativas que trazem benefícios para toda a cadeia produtiva, e que acabam por refletir no posicionamento das marcas junto ao seu público-alvo. Existe espaço para todos, mas o consumidor nunca foi tão conectado, informado, exigente e consciente em suas escolhas. Ao alinhar seus valores às expectativas dos clientes, uma marca deixa de ser apenas mais uma na multidão, para se tornar a escolha óbvia do seu público”, enfatiza Valmir. “E não é esse o objetivo de qualquer empresa?”, finaliza.